segunda-feira, 11 de novembro de 2013

ESCRITÓRIOS: UMA ESPÉCIE EM EXTINÇÃO



 
 
(Contribuição: Susana Weber)



         Diversas pesquisas mostram que o número de profissionais que trabalham em home-office (escritório em casa) está aumentando, e o novo cenário é muito bem aceito pelo mercado de trabalho. De acordo com um estudo que contou com a participação da Microsoft, há cada vez mais pessoas trabalhando em regime de home-office, poupando as empresas dos custos de manutenção de um lugar fixo de trabalho.

            Segundo a revista especializada Computer Weekly, o estudo realizado por acadêmicos do setor público britânico e o Institute of Directors (organização britânica que luta pelos interesses dos diretores de empresas), poderá  ter um impacto profundo na organização das empresas. O objetivo cada vez mais será dar liberdade de movimentos  aos diretores das empresas e aos seus funcionários. As empresas usarão a tecnologia para se desembaraçarem dos seus escritórios fixos e possibilitarem às suas equipes trabalharem onde quiserem. O estudo prevê também que será comum profissionais de empresas diferentes trabalharem no mesmo local, pois ao mesmo tempo em que compartilham o espaço físico, podem ganhar com a troca de ideias e benchmark com pessoas de outros ramos de atividade, sendo este um benefício a toda a organização.

            Seja para fugir dos estressantes engarrafamentos urbanos, pela flexibilidade ou pelo conforto,  cada vez mais profissionais preferem trabalhar em regime de home-office (em casa ou em outro local que não a sede do empregador). Outra pesquisa, realizada nos Estados Unidos, confirmou que comparando-se com a década passada o dobro de profissionais americanos está trabalhando dessa forma. As áreas de coleta, seguros, publicidade, advocacia e desenvolvimento de softwares são as que mais aumentaram em número de trabalhadores remotos na última década.
            Uma reportagem da CBN, em março deste ano, mostrou que existem mais de 20 milhões de profissionais que trabalham em regime de home-office no Brasil,  também chamados de teleworkers (trabalhadores à distância). Este número é o dobro do divulgado na mesma semana, pelo Jornal da Globo, que exibiu uma série de reportagens sobre as mudanças que a tecnologia trouxe para o mercado de trabalho, inclusive o trabalho à distância. Segundo o jornal, dez milhões de brasileiros trabalham à distância, pelo menos uma vez por semana, em comparação com 173 milhões de teleworkers no mundo todo. É muita gente, não é mesmo?
            Muitos acreditam que o perigo de trabalhar em casa é o profissional se distrair facilmente pela falta de cobrança imediata e não apresentar a mínima produtividade esperada. Mas para os verdadeiros “teleworkers” – profissionais experientes, conscientes e autodisciplinados -, ocorre exatamente o contrário. Eles afirmam ter aumentado a produtividade exatamente pela ausência de cobranças de alguns chefes arrogantes, das disputas pessoais e fofocas entre colegas, da possibilidade de se concentrar sem as distrações de um escritório, dos eventuais assédios morais de chefes e da adequação das tarefas, graças à possibilidade de mudar a programação do trabalho, para acomodar as demandas conforme elas ocorrem e usufruir de maior qualidade de vida pessoal e no trabalho.
            Já no século passado, o genial físico, matemático e professor Albert Einstein, preferia trabalhar em regime de home-office. Segundo uma pesquisa realizada pela Regus, empresa especializada em fornecimento de espaço para trabalho flexível, é exatamente isso o que se verifica na prática, os profissionais remotos são mais produtivos e eficientes do que os de escritório.
            As estatísticas apontam que 46% dos profissionais brasileiros levam trabalho para terminar em casa mais de três vezes por semana. Os profissionais remotos brasileiros são os que fazem trabalhos extras com mais frequência, sendo 59% contra 22% dos funcionários de escritório. O diretor geral da Regus, no Brasil, Guilherme Ribeiro, afirmou que os profissionais remotos são, de fato, mais capacitados e mais produtivos. “As empresas que possibilitam aos seus funcionários trabalharem mais perto de casa e administrarem seu tempo com mais independência, conseguirão  uma diminuição do estresse e até dos custos empresariais. Com isso, ganharão uma equipe mais produtiva, comprometida e saudável”, afirma Ribeiro.

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