domingo, 17 de março de 2013

FLORIANÓPOLIS E O MAR

 Florianópolis e o Mar

O cheiro de mar vinha da Baía Sul, escalava a figueira e só se diluía lá pelo coreto do Jardim Oliveira Bello, já na antessala da Catedral. O cheiro que hoje emana de Floripa é o do mesmo dióxido de carbono de toda cidade poluída, dominada pelo automóvel. O cheiro de “bazar marinho” — como se estivéssemos comendo uma ostra pelo olfato — esvaiu-se por algum desvão do tempo e nunca mais será sentido. Levaram nosso mar para longe e com ele a identidade da cidade velha, perfeitamente respirável entre a Conselheiro Mafra (a rua do Príncipe) e a Felipe Schmidt (que um dia se chamou “Moinhos de Vento”)…

Ah, e havia trapiches na Ilha! Da Praça XV até a ponte eram pelo menos cinco. O do Miramar. O da Alfândega. O da Rita Maria e do Hoepcke. O dos estaleiros Arataca. A Ilha do Carvão era como um “penditif” no pescoço da baía e o Miramar o primeiro ancoradouro dos bêbados, generoso “Gibraltar” dos boêmios e dos seresteiros.

Mas não choremos pelo passado. Floripa ainda é moça bonita e faceira e tem um belo futuro pela frente — isto se as nossas lideranças municipais não alienarem os gabaritos da construção civil e transformarem os zoneamentos em “labirintos” de especulação delirantemente mercantil.

O título é do Velho Lobo do Mar, o sentimento e nósso, e o texto foi originalmente postado por Sérgio da Costa Ramos em 2009 - Florianópolis
O cheiro de mar vinha da Baía Sul, escalava a figueira e só se diluía lá pelo coreto do Jardim Oliveira Bello, já na antessala da Catedra...l. O cheiro que hoje emana de Floripa é o do mesmo dióxido de carbono de toda cidade poluída, dominada pelo automóvel. O cheiro de “bazar marinho” — como se estivéssemos comendo uma ostra pelo olfato — esvaiu-se por algum desvão do tempo e nunca mais será sentido. Levaram nosso mar para longe e com ele a identidade da cidade velha, perfeitamente respirável entre a Conselheiro Mafra (a rua do Príncipe) e a Felipe Schmidt (que um dia se chamou “Moinhos de Vento”)…

Ah, e havia trapiches na Ilha! Da Praça XV até a ponte eram pelo menos cinco. O do Miramar. O da Alfândega. O da Rita Maria e do Hoepcke. O dos estaleiros Arataca. A Ilha do Carvão era como um “penditif” no pescoço da baía e o Miramar o primeiro ancoradouro dos bêbados, generoso “Gibraltar” dos boêmios e dos seresteiros.

Mas não choremos pelo passado. Floripa ainda é moça bonita e faceira e tem um belo futuro pela frente — isto se as nossas lideranças municipais não alienarem os gabaritos da construção civil e transformarem os zoneamentos em “labirintos” de especulação delirantemente mercantil.

O título é do Velho Lobo do Mar, o sentimento e nosso, e o texto foi originalmente postado por Sérgio da Costa Ramos em 2009 - Florianópolis

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