quinta-feira, 27 de agosto de 2015

NÃO, MEU FILHO DE 10 ANOS NÃO ESTÁ PROCURANDO UMA NAMORADA. ELE GOSTA DE MENINOS.




No início deste semestre, a escola de nossos filhos mandou para casa uma lista de clubes extracurriculares disponíveis aos estudantes. Meu marido sentou-se com a lista e nossos dois filhos que frequentam a escola elementar. Eles poderiam escolher qualquer clube. Nosso filho do meio, que está na 2ª série este ano e é um adorável nerd, escolheu o clube de jogos de tabuleiro.
Nosso filho mais velho, hoje na 4ª série, escolheu Zumba. Quando tem a opção, ele geralmente escolhe esportes antes de qualquer coisa, mas preferiu o exercício baseado em dança que é Zumba. Ele adora cantar e dançar, por isso apenas encolhemos os ombros e dissemos "Está bem, parece ótimo". Inscrevemos os garotos e todos ficamos felizes.
Conforme o semestre avançava, ambos desfrutavam seus clubes, mas a opção do mais velho quase sempre recebia a mesma reação, algo como: "Ele é esperto. Aposto que é o único menino lá, e pode escolher a garota que quiser".
A primeira vez que isso aconteceu fiquei chocada, porque nunca tinha pensado dessa forma. Em nossa casa não seguimos exatamente os papéis tradicionais de gênero. Meu marido é um pai que fica em casa e faz todo o trabalho doméstico e cozinha; sou eu quem trabalha fora de casa em tempo integral. Temos três filhos (mas o menor só começará a escola no ano que vem), e o que eles querem fazer é simplesmente o que eles querem fazer. Nós aceitamos. Não importa que não seja tradicionalmente masculino. Apesar disso, nosso filho mais velho é um estereótipo de menino. Ele adora esportes, videogames, ninjas. Nós consideramos cantar e dançar uma coisa divertida para todo mundo. Em público, meu marido eu somos conhecidos por improvisar números de canto e dança que costumam envergonhar nossos filhos.
"Quantos meninos estão na Zumba?", perguntei ao meu garoto.
"Só eu", ele respondeu sem hesitar.
"E isso o incomoda?"
"Não", disse ele com um gesto de ombro. "É divertido."
E foi assim.
Mas aquela reação dos outros, aquelas piscadelas marotas, continuavam acontecendo. E isso me incomodava. Meu filho mais velho é gay. Sim, ele pode estar apenas na quarta série, mas é identificado como gay desde o início da primeira. Ele não dá sinais de mudança. Todos os nossos amigos próximos e parentes sabem que nosso filho é gay, mas muitas pessoas com quem trabalhei ou que conhecíamos socialmente não tinham ideia. E essa ideia de paquerador de meninas que eles tinham sobre meu filho me incomodava.
Sim, eu sei que isso é meio ridículo. Nos últimos anos, enfrentamos um bom número de reações chocadas pela orientação de nosso filho. Também lidamos com a reação "Isso ainda está acontecendo?" conforme os anos passaram. Mas nunca deixo de me incomodar quando as pessoas automaticamente supõem que ele seja hétero. Fico tão incomodada que comecei a corrigir as pessoas.
"Não", digo, "ele não se interessa por meninas. Ele é gay. Ele diz que as garotas são suas amigas."
Então veio a reação, e quase sempre a mesma: "É mesmo? Como ele pode saber isso? Ele é tão jovem..."
Essas pessoas não viam a contradição em suas palavras. Elas apenas supunham que meu filho tivesse escolhido o clube de Zumba para que pudesse se aproximar e paquerar as meninas, mas depois elas diziam que ele era jovem demais para saber que gosta de meninos. Elas achavam que ele estaria atrás das meninas, o que significa que supunham que ele já soubesse que era hétero, mas a ideia de que ele pudesse saber que é gay parecia chocá-las.
Sim, pelos números, supor que as pessoas são hétero é uma aposta mais segura. A maioria das pessoas é. Mas as suposições são perigosas. Esta, em particular, implica para meu filho que há algo errado no fato de ele não ser hétero. E não há. Ele deve ser exatamente quem ele é.
Meu filho tem paixões, diversas. Sua paixão mais longa e notável é por Blaine, do Glee, mas Blaine está sendo rapidamente suplantado por Barry, de The Flash. Meu filho é romântico, adorável e inocente. Mas quando as pessoas falam sobre ele e sua aula de Zumba não parecem inocentes; parecem hipócritas. Mas depois elas ficam chocadas com a ideia de ele saber que é gay. Como sua mãe, acho tudo isso realmente frustrante.
Lembro-me de minha primeira paixão. Era um amigo de um dos meus tios, que todos chamavam de "Big Mike". Acho que eu tinha 6 ou 7 anos e o seguia por toda parte e o enchia de perguntas; tenho a certeza de que era uma chata. Mas não era sexual. Eu apenas sabia que queria estar perto dele e que ele prestasse atenção em mim. Big Mike era um homem enorme com barba, do tipo lenhador -- e parecia muito com o homem com quem eu me casaria depois, o pai dos meus filhos. Reconhecer as semelhanças em retrospectiva me faz sorrir. Desde que fiz essa conexão, olhei de uma nova maneira para meu filho, o modo como ele fica vermelho quando fala de um menino de quem gosta. Ele está descobrindo do que gosta, assim como eu fiz. Antes que os meninos gays tivessem a oportunidade de ser criados sem homofobia e com pessoas gays em suas vidas, as paixões pelo mesmo gênero eram algo que tinha de ser mantido em segredo. Meu filho não tem um segredo. Ele apenas é.
Acho que é importante eu me manifestar, corrigir as pessoas explicitamente quando elas assumem que meu filho é hétero. Preciso dizer claramente: "Não, isso não descreve meu filho".

Porque as crianças não se tornam gays por mágica na puberdade. A orientação é algo mais profundo. É algo que não tem a ver apenas com sexo, mas com atração e amor, e até amor adolescente. E é lindo. Não há nada de errado em tudo isso.
FONTE: http://www.brasilpost.com.br/Amelia/meu-filho-de-10-anos-gosta-de-meninos_b_6347856.html

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

CLARICE LISPECTOR




A Perfeição
O que me tranqüiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta. 
O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.
Clarice Lispector

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

PARA ONDE VAI O AMOR QUE SE PERDE?



Um ano antes de sua morte, Franz Kafka viveu uma experiência
singular. 
Passeando pelo parque de Steglitz, em Berlim, encontrou uma menina chorando porque havia perdido sua boneca. 
Kafka ofereceu ajuda para procurar pela boneca e combinou um encontro com a menina no dia seguinte no mesmo lugar.
 
Incapaz de encontrar a boneca, ele escreveu uma carta como se fosse a boneca e leu para a garotinha quando se encontraram. “Por favor, não chore por mim, parti numa viagem para ver o mundo. ”. 
Esta foi a primeira de muitas cartas que, durante três semanas, Kafka entregou pontualmente à menina, narrando as peripécias da boneca em todos os cantos do mundo : Londres, Paris, Madagascar…
Tudo para que a menina esquecesse a grande tristeza!
Esta história foi contada para alguns jornais e inspirou um livro de Jordi Sierra i Fabra ( Kafka e a Boneca Viajante ) onde o escritor imagina como como teriam sido as conversas e o conteúdo das cartas de Kafka.
No fim, Kafka presenteou a menina com uma outra boneca. 
Ela era obviamente diferente da boneca original. 
Uma carta anexa explicava: “minhas viagens me transformaram…”. 
Anos depois, a garota agora crescida encontrou uma carta enfiada numa abertura escondida da querida boneca substituta. 
Em resumo, o bilhete dizia: “Tudo que você ama, você eventualmente perderá, mas, no fim, o amor retornará em uma forma diferente”.

~ May Benatar, no artigo “Kafka and the Doll: The Pervasiveness of Loss” (publicado no Huffington Post)


terça-feira, 18 de agosto de 2015

É FÁCIL JULGAR PELAS APARÊNCIAS



Uma mulher, usando um vestido de algodão barato, e seu esposo, vestindo un humilde terno, desceram do trem em Boston e caminharam timidamente até o escritório do Reitor da Universidade de Harvard e falaram com a secretária dele, mesmo sem ter uma reunião agendada.
A secretária adivinhou, no mesmo instante, que esses camponeses vindos das florestas não tinham nada a
fazer em Harvard.

- Gostariamos de ver o Reitor, disse suavemente o homem.

- Ele está ocupado, respondeu a secretária.

- Vamos esperá-lo, replicou a mulher.

Durante horas a secretária os ignorou, esperando que o casal finalmente ficaria desanimado e iria embora.
Eles não o fizeram, e como a secretária viu aumentar sua frustração, finalmente decidiu interromper o Reitor, mesmo sendo uma tarefa que ela sempre evitava.

- Tal vez se o senhor conversa com eles por alguns minutos eles decidem ir embora, disse a secretária ao Reitor.
Ele fez uma careta e concordou em falar-lhes.
Alguém tão importante quanto ele, obviamente não tinha tempo para atender pessoas com vestidos e ternos baratos.
No entanto, o Reitor com a cara carrancuda e empolada, dirigiu-se com passo arrogante até o casal.

A senhora lhe disse:
- Um filho nosso cursou Harvard somente por um ano. Ele amava Harvard. Ele era feliz aqui.
Mas, um ano atrás ele morreu em um acidente.
Meu esposo e eu desejaríamos erigir alguma coisa, em algum lugar do campus, em memória do nosso filho.

O reitor não se interessou.
- Senhora, disse de forma áspera, não podemos colocar uma estátua para cada aluno que cursou Harvard e tiver falecido.
Se assim o fizermos, este lugar iria parecer um cemitério.

- Oh não, explicou a senhora rapidamente.
Não desejamos levantar uma estátua. Pensamos em doar um edificio para Harvard!

O Reitor revirou os olhos. Olhou com desdém para o vestido e o terno barato do casal e então falou:
Um edifício!! Vocês tem alguna idéia de quanto custa um edifício?
Gastamos mais de sete milhões e meio de dólares nos prédios aqui em Harvard! A senhora ficou em silêncio por alguns instantes.
O Reitor ficou feliz. Pensou que tal vez agora poderia se livrar desses dois.

A senhora olhou para seu esposo e disse suavemente: tão pouco custa fundar uma universidade? Por que não fundamos a nossa própria universidade?
Seu esposo concordou. O rosto do Reitor ficou fechado, confuso e desconcertado.

O Sr. Leland Stanford e sua esposa se levantaram e foram embora viajar para Palo Alto, California, onde estabeleceram a universidade que leva seu nome, a Universidade Stanford, em memória de seu filho, pelo qual Harvard não se interessou.

A universidade 'Leland Stanford Junior' foi inaugurada em 1891, em Palo Alto. 'Junior' porque ser em homenagem ao falecido filho do rico senhor latifundiário.
Esse foi seu 'memorial'. Hoje a universidade Stanford é a quarta melhor do mundo, e algumas vezes tem sido a segunda ou a número um do mundo, superando Harvard.

QUE FÁCIL É JULGAR PELAS APARÊNCIAS….. !!
QUÉ FÁCIL É EQUIVOCAR-SE AO JULGAR PELAS APARÊNCIAS!!!

sábado, 15 de agosto de 2015

UMA LENDA...


Uma lenda
Que em um canto da inglaterra
As galinhas têm emprestado
Um piscar de olhos
Dos beatles
Antes mesmo que ao amanhecer
O galo canta
Elas estão em ordem de marcha
De um traço de uma caneta
Elas vão reviver a história
Em outros yesterday

Bernard bluteau

Imagem de ilustração: Autor desconhecido
Photo d'Illustration : auteur inconnu

ARISTÓTELES


quinta-feira, 13 de agosto de 2015

SOB A REDOMA


Um campo de força se materializa subitamente em uma cidade do Maine, isolando do resto do mundo as pessoas sob a redoma. O livro narra os conflitos, ações e reações dos presos, que em meio ao caos também se perguntam quem ou o quê está por trás do acontecimento.

Fonte da descrição: http://www.saraiva.com.br/sob-a-redoma-4238853.html

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

QUEM CONTA UM CONTO AUMENTA UM PONTO

         A arte de contar histórias desperta o interesse pelo público, principalmente o infantil, que com sua imaginação, deixa os pequenos seres encantados pelo desenrolar da narrativa e pela fantasia que toca em cada um.

         Contar histórias é um momento mágico que dissemina a imaginação e criatividade nos ouvintes, transformando a leitura num momento agradável, onde são descobertas emoções, sentimentos e prazer pela leitura.
         A arte de contar história envolve três elementos importantes: o contador, o ouvinte e a história, ou seja, o conto.
         Contar história é diferente de ler história. Contar é uma arte de estar junto, trocando energia, envolvendo a expressão corporal, improvisação, interpretação e a interação. O leitor de história empresta a sua voz.
         Dois grandes contadores de histórias são: os irmãos Grimm e Franklin Cascaes, que coletaram, registraram e divulgaram os contos que corria de boca em boca, de geração em geração.
        
         João Paulo Rieg – JP 


terça-feira, 11 de agosto de 2015

YVES SAINT LAURENT


Paris, 1957. Com apenas 21 anos, Yves Saint-Laurent (Pierre Niney) é chamado cuidar do futuro da prestigiosa grife de alta costura fundada por Christian Dior - falecido recentemente. Depois de seu primeiro desfile triunfal, ele vai conhecer Pierre Bergé (Guillaume Gallienne) e este encontro irá abalar sua vida. Amantes e parceiros de trabalho, os dois se associam a fim de criar a grife Yves Saint Laurent. Apesar de suas obsessões e demônios interiores, Saint Laurent vai revolucionar o mundo da moda com sua abordagem moderna e iconoclasta.

Fonte da sinopse: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-217634/

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

REESCREVENDO A HISTÓRIA: A MORTE DE MARILYN MONROE

53 ANOS SEM MARILYN


53 anos sem Marilyn-pequeno ensaio

(Clique no link acima)


Um agradecimento especial à leitora Eve,"marilynóloga"assim como eu,
 e ao site VALE A PENA que sempre prestigia os posts aqui do blog. 









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53 anos depois,a morte de Marilyn continua a fazer parte da lista das grandes teorias conspiratórias do século XX.
Ela teria sido "suicidada" por ter ficado sabendo demais sobre segredos de Estado,durante a ligação com os irmãos Kennedy.
Marilyn estaria,hoje, com 89 anos.


5 de agosto de 1962, 23 h e 30 min
12305, 5th West Helena Drive, Hollywood, Eunice Murray, governanta de Marilyn Monroe telefona, em pânico, para o Dr. Ralph Greenson e pede que ele venha imdediatamente.

Conta ao psiquiatra que, pensando que a atriz dormia, tentou entrar mas a porta estava trancada por dentro. Deu a volta na casa e olhou pela janela. Marilyn estava deitada de lado e parecia querer segurar o telefone.Imóvel, parecia morta.
Patricia, irmã do Presidente Kennedy e casada com o ator Peter Lawford,também recebeu chamada telefônica. Era a cunhada, mulher de Bob Kennedy - irmão do Presidente e Ministro da Justiça - contando que o Dr. Greenson informara o que havia acontecido em West Helena Drive.
Peter e Bob partiram imediatamente para Brentwood Heights.

O Ministro da Justiça estava apavorado. Às 23 h e 45 min, o Dr. Greenson parou diante da casa e tirou a manivela do macaco do carro, que serviu para quebrar o vidro do quarto de Marilyn.

Examinando com o estetoscópio, verificou que o coração ainda batia e começou a respiração boca a boca, enquanto esperava uma ambulância. Neste momento a freiada de um carro anuncia a chegada de Peter Lawford e de Bob, também chamados pela governanta.
Dr. Greenson examina os comprimidos que ele mesmo prescrevera e observa que faltam quase todos - cerca de 50 teriam sido ingeridos.

Bob Kennedy pergunta se Marilyn ainda está viva e é informado que o pulso e a respiracão estão tão fracos que a salvação é uma questão de segundos.

Resolve transporta-la para o Hospital de Santa Monica, distante alguns quilômetros. Dr Greenson entra no carro de Peter, Bobby dirige e Eunice pede para cancelar o pedido de ambulância.
Estavam a pouco metros do Saint John's Hospital quando o médico tocou as costas do motorista – um sinal de que a diva loura acabava de falecer.

Foi apontada como causa da morte o suicídio por ingestão de barbitúricos. Da última sessão de fotos de Marilyn feita no dia seguinte por um funcionário do necrotério, só foi divulgado o rosto, irreconhecível. E é o bastante para chocar e dar pena, muita pena.

Desde então, 110 livros contam esta mesma história, contestada por Dan Wolfe na obra de 600 páginas “The Assassination of Marilyn Monroe” (Albin Michel S.A. ,1998)

50 anos sem ela


Marilyn Monroe permanece como o maior símbolo sexual do século 20, tornada ícone pela arte de Andy Wahrol, grande nome do cinema em todos os tempos e o mais tocante deles.

A morte trágica - e ainda não completamente esclarecida - aos 36 anos, só fez aumentar o mito. Ainda em vida, geminianamente, era uma mulher dividida em duas: uma pública expirando sensualidade que levava horas para ser “montada” e o mundo conhecia como Marilyn.

A outra, desconhecida, órfã de pais vivos e que vagou por muitos lares adotivos e desejou – sem sucesso - ser reconhecida pelos próprios méritos: Norma Jean. O temperamento oscilante contrastava com a grande determinação.
Era adorada por homens e mulheres, que não se sentiam ameaçadas pelo símbolo sexual.Todos experimentavam o mesmo sentimento pela figura da falsa loura de corpo escultural: ternura

Cultivada pelos estúdios da 20th Century Fox, MM encarnava o sexo em estado bruto e aceitava numa boa os papéis de loura burra que lhe apresentavam. No entanto, seu talento natural de comediante iluminava a tela.

Norma Jean
Nascida Norma Jean Mortensen, depois Baker, no dia 1º de junho de 1926 em Los Angeles, era filha de pai desconhecido e Gladys Baker Mortensen, que trabalhava como montadora na indústria do cinema. A internacão da mãe em hospitais psiquiátricos e a passagem por nove casas de família e orfanatos em 4 anos marcaram sua vida.

Em junho de 1942, aos 16 anos, casou-se com James E. Dougherty. Durante a 2ª Guerra Mundial havia grande demanda de fotos femininas para os soldados. Enquanto o marido lutava na Europa, Marilyn foi à Agência Blue Book Modeling and Studio e começou a trabalhar imediatamente.

Garota do calendário

As primeiras atuações como modelo e manequim a transformaram em “pin-up girl” com algumas figurações no cinema. O casamento durou 4 anos e, na época do divórcio, já era conhecida como "Marilyn Monroe". Marilyn, nome emprestado de uma atriz de musicais da Broadway e o Monroe da avó materna.
É deste momento a famosa foto nua em fundo de veludo vermelho para o calendário da Playboy. A carreira no cinema progredia. Logo estava atuando ao lado dos Irmãos Marx e dirigida por John Huston e J.L. Mankiewickz.

Foi com um papel dramático que alcançou o respeito da crítica: “Niagara”, de Henry Hathaway.
O sucesso continuou: MM brilha em “Os homens preferem as louras”, de Howard Hawks e “Como agarrar um milionário”, de Jean Negulesco.

E acontece o casamento - que durou apenas 9 meses - com o ídolo do baseball Joe Di Maggio. Em 1955, estrela já reconhecida, Marilyn funda sua produtora, em sociedade com o amigo Milton Greene e anuncia a intenção de deixar a Fox.
Antes de terminar o contrato, filma a celebérrima cena da saia levantada no metrô, diante de uma audiência de 5.000 pessoas.
A estrela brilha
Agora, Marilyn deseja ser, cada vez mais, ser reconhecida como atriz.
Para isso, segue os cursos do Actor's Studio onde Lee Strasberg e sua mulher Paula lhe ensinam o “Método” - teorias de Stanislavski, sobre o papel do ator.
Depois do casamento com o dramaturgo Arthur Miller, vai a Londres - acompanhada da agora onipresente Paula Strasberg - para filmar com Sir Laurence Olivier.

A estrela doente

Depois de 2 anos de ausência, volta a Hollywood para, cheia de charme e beleza, estrelar “O pecado mora ao lado”.
Atrasos, caprichos e faltas de concentração passam a ser coisa comum. Foram necessárias 47 tomadas para a fala "It’s me sugar” e 59 para "Where's the bourbon”?
Alternando gestações mal sucedidas e abortos (cerca de doze) ela, que adorava crianças, acabou ficando estéril.
Começou a fase do que MM chamava “doencinhas”, causadas por queda de imunidade e pela cada vez maior ingestão de barbitúricos.

Desajustada

Em 1961, Marilyn se prepara para um personagem dramático em "Os desajustados", escrito por Miller e dirigido por Jonh Huston. Faz uma jovem mulher instável em processo de divórcio, que se apaixona por 3 homens ao mesmo tempo.
A filmagem aconteceu no limite do suportável, porque o casamento com Miller já se desintegrava. Finalmente, saiu o divórcio em fevereiro de 1961.
Marilyn inicia uma absurda relação a três com o jovem presidente dos Estados Unidos John Kennedy e com seu irmão, o Ministro da Justiça Robert (Bob).
É o período das depressões severas e internações em clínicas. O fantasma da mãe doente mental surge em seus delírios, causados pela ingestão de quantidades industriais de medicamentos psiquiátricos.
O mundo caiu
No dia 21 de maio, desobedece as ordens de se afastar do estúdio e vai ao Madison Square Garden onde, vestida com um modelo costurado ao corpo canta (ou melhor, sussurra) "Happy Birthday, Mister President" para John Kennedy.
O universo de Marilyn desaba neste instante.
Profissionalmente está desacreditada, a saúde péssima, a vida sentimental falida. A obsessão que passou a ter por Bob Kennedy, casado e pai de nove filhos, a transforma em pessoa que incomoda o primeiro escalão do governo.
Vida depois da morte
5 de agosto de 1962.
O mundo inteiro recebe, chocado, a notícia da morte da estrela e,com o desenrolar das investigações, percebe que a tese de suicídio- divulgada logo após a morte, não bate.
Ainda hoje, a versão oficial é confrontada com o cenário da tragédia, sendo que os prováveis assassinos vão da Máfia à família Kennedy ajudada pela CIA, pelo legista e pelo psiquiatra.
Ficaram 37 minutos de atuação em “Something's Got To Give”, interrompidos pela morte da estrela principal estão no documentário "Marilyn Monroe: Life After Death",de 1994, dirigido por Gordon Freedman.

MARILYN MONROE - 53 ANOS DA MORTE


Linda Marilyn fotografado por Milton Greene, 1956