A caridade feita com maior sentimento beneficia em dobro quem doa e quem recebe.
A dádiva material é o invólucro da verdadeira caridade. Sim, em determinadas
circunstâncias, precisamos de pão, de remédio, de agasalho, mas a nossa carência de
amor é flagrante em todas as situações. O pão não é apenas alimento para o corpo perecível;
aliás, alimento para a fome transitória é o que ele menos é... O espírito tem fome de amor e
luz! Tudo, nas Dimensões em que vivemos e respiramos, é pretexto para que venhamos a
amar como Jesus nos ama. O Mestre nos multiplicou pães e peixes, porém o seu objetivo não
era propriamente nos alimentar o estômago faminto. O pão, símbolo do alimento material, é
energia; em suma, todas as coisas são constituídas de energia, que se concentra tanto no grão
de trigo quanto no átomo. Deus é Energia Criadora! A nossa fome é de Deus, a nossa fome é
de Amor! - grafemos aqui a palavra com A maiúsculo.
Porque não nos alimentamos do que é essencial, estamos sempre com fome, com aquela
indefinível sensação de vazio interior...
Quem oferta um óbolo com amor, ou, se preferirem, com algum sentimento de vera
solidariedade recebe amor de volta - o Amor é assim: quem mais doa mais tem!
A Caridade - também grafamos a palavra com C maiúsculo - é alimento espiritual que se
processa segundo as necessidades de quem busca por ele: para uns, é paz; para outros,
felicidade; para outros ainda, integração mais profunda com a Vida, ou seja, harmonia interior...
A gente não faz ideia que um prato de sopa possa tanto!... estenderíamos que o prato de sopa
ao faminto com profunda reverência, como alguém que oficiasse ao Amor num altar iluminado!
O Amor não se cogita de recompensa - é um sentimento que se basta.
Deus habita em nós! A meta de criatura é a sua plena identificação com o Criador...
Dr. Odilon Fernandes
Obra: Espíritos e Deuses - Carlos A. Baccelli/Inácio Ferreira
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