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Ousadas, polêmicas, sofridas, destemidas, empoderadas...
Quer você concorde ou
não com as opções
de vida e as histórias
dessas mulheres,
é fato que elas são
marcantes e lendárias.
Quer você concorde ou
não com as opções
de vida e as histórias
dessas mulheres,
é fato que elas são
marcantes e lendárias.
Marie Duplessis (1824-1847)
A lendária cortesã francesa inspirou o escritor Alexandre Dumas Filho a escrever o clássico "A dama das camélias" (1848) em sua homenagem. Eles foram amantes e, dizem, o livro conta a história do trágico romance entre os dois. Culta, recebia ajuda financeira constante de artistas e políticos. Morreu no auge da beleza e da juventude, vítima de tuberculose.
Divine Brown (1969-)
Em 1995, o ator inglês Hugh Grant foi pego recebendo sexo oral da moça em um carro em plena Sunset Boulevard, em Hollywood (EUA). O episódio - um escândalo na época! - levou a dupla à delegacia, abalou temporariamente o relacionamento do astro com a modelo Liz Hurley (eles ainda ficaram juntos por anos) e alçou Divine à condição de celebridade. Ela ganhou muita grana não só inflacionando o valor dos programas, mas graças às entrevistas que deu e ao filme pornô que estrelou. Com o dinheiro, pôde bancar os estudos de seis filhos.
Veronica Franco (1546-1591)
No século 16, a luxuosa Veneza era conhecida como a cidade da mais lindas e sedutoras mulheres. Entre as beldades, a filha de uma prostituta aposentada se destacava não só pela aparência física, mas pelo intelecto. A mãe não poupou esforços para pagar professores particulares e lhe proporcionar uma boa educação, um privilégio na época concedido apenas às meninas de "boas famílias". Poeta e feminista, Veronica chegou a ser denunciada por bruxaria à Santa Inquisição por um crush rejeitado, mas se safou da fogueira com sua lábia e articulação. Sua história romanceada é o mote do filme "Em luta pelo amor" (1999), disponível no Netflix.
Lulu White (1868-1931)
Figura célebre no Storyville, o "bairro da luz vermelha" de New Orleans (EUA) no início do século passado. Era a cafetina do Octoroon Parlou, espécie de pub para quem curtia jazz e sede também de um bordel que abrigava cerca de 40 mulheres. Em 1917, foi obrigada a fechar o estabelecimento. Lulu White é citada na música “Mahogany hall stomp”, de Louis Armstrong, e seu nome batizou um renomado clube de jazz de Boston.
Mata Hari (1876-1917)
Nascida Margarita Zelle, a holandesa tornou-se expert em danças orientais para brilhar como dançarina exótica em Paris. Na Cidade Luz, compartilhou a cama com políticos, empresários e militares de toda a parte do mundo, tornando-se espiã dos alemães durante a Primeira Guerra. Em 1916, acusada por políticos franceses, teve de trabalhar como agente dupla. Desmascarada, foi fuzilada em 1917. Segundo as lendas, não teve os olhos cobertos e lançou um beijo ao pelotão antes de morrer.
Louise e Martine Fokkens (1941-)
Juntas, essas gêmeas holandesas idênticas acumularam mais de cem anos de prostituição e cerca de 350 mil clientes. Ícones do famoso Bairro da Luz Vermelha, em Amsterdã, usavam roupas parecidas para se destacar na freguesia do tradicional reduto de prostituição. Hoje com 76 anos e aposentadas (segundo ambas, doenças típicas da idade como a artrite as impediam de fazer determinadas posições), cuidam de uma pequena loja no centro da cidade. Em 2011, foram tema do documentário Meet the Fokkens, de Gabrielle Provaas e Rob Schröder. O livro autobiográfico "As senhoritas de Amsterdã" narra a trajetória das duas, que aderiram à mais antiga das profissões aos 20 anos de idade quando já eram mães, por necessidade financeira e incentivadas pelos maridos.
Madame du Barry (1743-1793)
Uma das muitas amantes de Luís XV, possivelmente a mais polêmica. Era detestada por Maria Antonieta, que não via com bons olhos a namoradinha do sogro. De origem humilde, deu início à prostituição em Paris com cliente da aristocracia. Ao se casar cim um nobre, galgou seu percurso até à corte do rei e mandava e desmandava em Versalhes. Após a morte de Luís XV, Jeanne Bécu (seu verdadeiro nome) foi enviada para um convento e, em 1793, morreu na guilhotina durante a Revolução Francesa.
Christine Keller
Políticos e garotas de programa sempre formaram uma combinação explosiva, mas Christine foi uma das pioneiras a protagonizar rebulições de repercussão internacional. Nos anos 1960, suas ligações com ministro da Defesa John Profumo abalou o Parlamento Britânico, principalmente depois da descoberta de que a moça também transava com Eugene Ivanov, adido soviético em Londres. O bapho determinou a derrota do Partido Conservador nas eleições seguintes e virou filme: "Escândalo - A história que seduziu o mundo", de 1989.
Christiane F. (1962-)
Lançado em 1978 na Alemanha, o livro "Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída..." chocou o mundo ao mostrar o cotidiano regado a heroína e sexo de um grupo de jovens alemães. Vários dos amigos de Christiane retratados nas páginas da obra morreram de overdose. A história, que até hoje é lembrada como exemplo do efeito devastador das drogas, foi retratada em um filme homônimo e igualmente brutal de 1981. Ela fazia programas para sustentar o vício e chegou a deixar a prostituição. Em 2014, lançou a autobiografia "Eu, Christiane F., a vida apesar de tudo".
Heidi Fleiss (1965-)
"Madame Hollywood", como foi apelidada pela imprensa norte-americana, chegou a apresentar programas de televisão e saiu até na capa da revista "Esquire". Ficou milionária ao montar uma rede de prostituição de luxo e teve muitos clientes ricos e famosos, sem jamais revelar nomes. Chegou a ser presa durante 21 meses por evasão de impostos e lavagem de dinheiro e, ao sair da cadeia, virou consultora sexual de luxo, escreveu livros e abriu uma sex shop.
E AS BRASILEIRAS...
Gabriela Leite (1951-2013)
Foi prostituta da Boca do Lixo em São Paulo, da zona boêmia em Belo Horizonte (MG), e da Vila Mimosa no Rio de Janeiro. Ativa no movimento de defesa dos direitos das prostitutas, principalmente da legalização da profissão, fundou uma ONG em 1992, a Davida. No livro “Filha, mãe, avó e puta – A história de uma mulher que decidiu ser prostituta”, de 2009, ela conta por que resolveu abandonar o curso de Filosofia na USP (Universidade de São Paulo). Em 1979, Gabriela organizou a primeira passeata de prostitutas do país, na Praça da Sé, no centro da capital paulista. Nos anos 2000 fundou a grife Daspu (uma brincadeira com a antiga butique Daslu), que fez sucesso com suas camisetas irônicas.
Dona Beja (1800-1873)
Imortalizada na TV com a novela protagonizada por Maitê Proença em 1986 na extinta Rede Manchete, a mineira Ana Jacinta foi praticamente obrigada a se prostituir depois de ser raptada em 1815 pelo ouvidor do Rei, de quem virou amante. Ao voltar para Araxá, dois anos depois, se viu na condição de mulher marginalizada pela sociedade. Com a fortuna acumulada, e ciente de que jamais recuperaria a reputação perdida, abriu um bordel chique na chamada Chácara do Jatobá. Várias histórias cercam seu nome, como os banhos na supostamente miraculosa "Fonte da Jumenta" e a relação de amor e ódio com o antigo noivo da adolescência.
Bruna Surfistinha (1984-)
Pseudônimo de Raquel Pacheco, ganhou notoriedade após a publicação de sua autobiografia, "O doce veneno do escorpião — O diário de uma garota de programa" (2005), em que deu seu depoimento ao jornalista Jorge Tarquini. No relato, a então menina de classe média alta narra todos os detalhes dos programas e as passagem ousadas de sua trajetória. Antes do livro, "Bruna" postava sobre sua profissão em um site. Em 2010, a atriz Deborah Secco estrelou um filme no papel da garota, que hoje em dia não faz mais programas.
Hilda Furacão (1930-2014)
Nascida no Recife, Hilda Maia Valentim mudou muito pequena com a família para Belo Horizonte. Na juventude, causou na capital mineira não só pela beleza, mas pelo fato de trocar uma vida confortável pela boêmia. O apelido "Furacão" veio do temperamento: tinha pouca paciência e provocava muitas brigas entre clientes e colegas. Foi a musa inspiradora do romance "Hilda Furacão" (1991), de Roberto Drummond, que por sua vez guiou a minissérie global com Ana Paula Arósio no papel principal exibida em 1998. Hilda aposentou-se ao se casar com o jogador de futebol Paulo Valentim, com quem viveu em Buenos Aires até a morte dele, em 1984.
Eny Cezarino (1916-1997)
Foi uma notória cafetina na cidade paulista de Bauru, onde montou um bordel chiquérrimo que marcou as décadas de 1950 e 1960. Artistas, políticos, fazendeiros e empresários frequentavam o local, que tinha 5 mil metros quadrados de área construída, jardins e alamedas floridas, sauna, restaurante e lanchonete, além de 40 quartos e suítes com cama redonda e poltronas estilo Luís XV. Isso sem contar com a suíte presidencial, com entrada privativa e pista de dança ao ar livre. Eny selecionava suas "meninas" em concursos de beleza e as orientava a seguir o estilo de Elizabeth Taylor e Sophia Loren, as divas da época. Morreu pobre. O local do casarão, hoje em ruínas, é conhecido como o "trevo da Eny".
LIVROS CONSULTADOS:
"As prostitutas na história" (Ed. Rosa dos Tempos), de Nickie Roberts
"Eny e o grande bordel brasileiro" (Ed. Planeta), de Lucius de Mello
"Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída..." (Ed. Bestbolso), depoimentos recolhidos por Kai Hermann e Horst Rieck
"O guia dos curiosos - Sexo" (Panda Books), Marcelo Duarte e Jairo Bauer (psicólogo),
"O livro das cortesãs - Um catálogo das suas virtudes" (Ed. Rocco), de Susan Griffin
"Uma breve história do sexo" (Ed. Gaia), de Claudio Blanc
FONTE: UOL
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