quinta-feira, 19 de julho de 2012

MUDANÇA OU APENAS REAÇÃO?


"Mudança ou apenas reação?"


Cada vez mais, diante de situações que tenho acompanhado no dia a dia das empresas, faço-me este questionamento: “Mudança ou apenas reação”? Quando ocorrem melhorias nos resultados, mudanças positivas no comportamento, redução em custos, etc., vem toda aquela euforia e comemoração, mas frequentemente, após meses, semanas ou até mesmo dias, lá estão novamente as mesmas situações anteriores.

Tomando emprestado um conceito da Física, fico convicto de que o que houve foi tão somente uma reação provocada por uma ação. Puxão de orelhas, advertências, aumento de remuneração, premiações, mudança de função e/ou área de trabalho, treinamentos, dentre outras, são exemplos de ações que são tomadas e que provocam mudanças (ou seriam apenas reações?).

Algumas vezes isso ocorre devido ao fato de Gestores não enxergarem a realidade e acreditarem seriamente que algumas medidas paliativas resolverão as questões problemáticas. Descendo um pouco mais, percebe-se um grande número deGestores que são até muito preparados tecnicamente, mas que sentem muita dificuldade no trato das questões mais voltadas a comportamento, postura, envolvimento, etc., de suas equipes. Muitos não conseguem conduzir seu trabalho pelo caminho do profissionalismo, tropeçando em questões que enveredam pelo lado sentimental, paternal, familiar, etc.

Mas percebe-se também outro cenário, onde a realidade é detectada, mas não existe disposição, coragem, resistência e outras coisas do tipo, para realmente abraçar a causa de verdadeiras mudanças. É o famoso “mexer em caixa de abelhas”. Poucos são os que estão a fim de caminhar por aí.

Nestes quase 30 anos que convivo no mundo corporativo, não foram poucas as vezes que presenciei necessidades reais de transformações serem jogadas embaixo do tapete, sendo sufocadas por investimentos em medidas superficiais, que num primeiro momento sinalizaram resultados satisfatórios. E melhor ainda, mantendo situações e profissionais intocáveis e protegidos. Mas na sequência, o que se viu foi o castelo ruir.

Mas, seja por um motivo ou outro, nenhuma organização se livra eternamente do momento em que o monstro tem que ser encarado de frente e as verdadeiras mudanças começam a acontecer. Talvez aconteçam até com mais desgaste e turbulência, mas acontecem. Não tem outro jeito. O vulcão entra em erupção. Neste momento é que realmente se faz necessária a presença daqueles que levantam a cabeça, “endurecem” o coração e agem da forma necessária, onde é prioridade. Nesta altura, devido à necessidade evidente, estes verdadeiros “Cirurgiões Corporativos” passam a contar com o respaldo da Organização, pois já não tem outro caminho a seguir.

O sucesso deste doloroso processo está diretamente ligado à capacidade da organização perceber o momento do “basta”. Como exercício, para aqueles que são ou deveriam ser agentes da mudança nas empresas, recomendo o hábito de constantemente fazerem esta reflexão: “Mudança ou apenas reação”?



Osni Gomes

Desenvolvimento Corporativo


Nenhum comentário:

Postar um comentário