"Mudança ou
apenas reação?"
Cada vez mais, diante de situações
que tenho acompanhado no dia a dia das empresas, faço-me este questionamento:
“Mudança ou apenas reação”? Quando ocorrem melhorias nos resultados, mudanças
positivas no comportamento, redução em custos, etc., vem toda aquela euforia e
comemoração, mas frequentemente, após meses, semanas ou até mesmo dias, lá
estão novamente as mesmas situações anteriores.
Tomando emprestado um conceito da
Física, fico convicto de que o que houve foi tão somente uma reação provocada
por uma ação. Puxão de orelhas, advertências, aumento de remuneração,
premiações, mudança de função e/ou área de trabalho, treinamentos, dentre
outras, são exemplos de ações que são tomadas e que provocam mudanças (ou
seriam apenas reações?).
Algumas vezes isso ocorre devido ao
fato de Gestores não enxergarem a realidade e acreditarem seriamente que
algumas medidas paliativas resolverão as questões problemáticas. Descendo um
pouco mais, percebe-se um grande número deGestores que são até muito preparados
tecnicamente, mas que sentem muita dificuldade no trato das questões mais
voltadas a comportamento, postura, envolvimento, etc., de suas equipes. Muitos
não conseguem conduzir seu trabalho pelo caminho do profissionalismo,
tropeçando em questões que enveredam pelo lado sentimental, paternal, familiar,
etc.
Mas percebe-se também outro cenário,
onde a realidade é detectada, mas não existe disposição, coragem, resistência e
outras coisas do tipo, para realmente abraçar a causa de verdadeiras mudanças.
É o famoso “mexer em caixa de abelhas”. Poucos são os que estão a fim de
caminhar por aí.
Nestes quase 30 anos que convivo no
mundo corporativo, não foram poucas as vezes que presenciei necessidades reais
de transformações serem jogadas embaixo do tapete, sendo sufocadas por
investimentos em medidas superficiais, que num primeiro momento sinalizaram
resultados satisfatórios. E melhor ainda, mantendo situações e profissionais
intocáveis e protegidos. Mas na sequência, o que se viu foi o castelo ruir.
Mas, seja por um motivo ou outro,
nenhuma organização se livra eternamente do momento em que o monstro tem que
ser encarado de frente e as verdadeiras mudanças começam a acontecer. Talvez
aconteçam até com mais desgaste e turbulência, mas acontecem. Não tem outro
jeito. O vulcão entra em erupção. Neste momento é que realmente se faz
necessária a presença daqueles que levantam a cabeça, “endurecem” o coração e
agem da forma necessária, onde é prioridade. Nesta altura, devido à necessidade
evidente, estes verdadeiros “Cirurgiões Corporativos” passam a contar com o
respaldo da Organização, pois já não tem outro caminho a seguir.
O sucesso deste doloroso processo
está diretamente ligado à capacidade da organização perceber o momento do
“basta”. Como exercício, para aqueles que são ou deveriam ser agentes da
mudança nas empresas, recomendo o hábito de constantemente fazerem esta
reflexão: “Mudança ou apenas reação”?
Osni Gomes
Desenvolvimento Corporativo
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